Tesla: uma história com 15 anos.

A Tesla é hoje quase que um sinónimo de inovação, de procurar soluções mais além, de desafiar convenções. E sempre foi assim, mesmo quando a intenção era exclusivamente apostar na eletrificação do automóvel quando a mesma parecia uma miragem distante.

Era esse o objetivo dos engenheiros Martin Eberhard e Marc Tarpenning quando fundaram a empresa em 2003, em San Carlos, Califórnia, batizando-a com o nome do inventor e engenheiro eletricista austro-húngaro Nikola Tesla (1856-1943). Um ano depois, porém, entra Elon Musk na equação, ocupando um lugar no Conselho de Administração. O objetivo passa então a ser criar um desportivo premium, que tivesse um efeito "uau", numa clara aposta no marketing, passando depois para veículos mais tradicionais... e acessíveis.

O Tesla Roadster

O primeiro automóvel a sair para a rua foi o Tesla Roadster, cuja produção decorreu entre 2008 e 2011. As credenciais de autonomia deitavam por terra um dos grandes entraves à massificação do carro elétrico: o desportivo podia percorrer 350 quilómetros com um único carregamento! E para quem procurava divertimento num automóvel, o Roadster não desapontava: acelerava dos 0 aos 100 km/h em 3,9 segundos. No entanto, permanecia outro travão à democratização da tecnologia: o preço... Ao todo, foram montadas e comercializadas 2600 unidades, com a empresa a permanecer no "vermelho". Era, assim, necessário passar ao passo seguinte: criar um automóvel que chegasse a mais gente.

O lançamento do Tesla Model S

Em 2012, é lançado o Model S, um sedan de cariz desportivo, capaz de percorrer 426 quilómetros com uma única carga, tornando-se assim o elétrico com maior autonomia de sempre. Eleito Carro do Ano pela revista "Motor Trend", em 2013, obteve um ano depois as cinco estrelas no capítulo da segurança atribuídas pelo Euro NCAP.

Atualmente, o Model S é proposto em sete versões: 60, 60D, 75, 75D, 90D, 100D e P100D. A distingui-las está a capacidade da bateria e a consequente autonomia (entre os 400 e os 613 quilómetros) e a resposta do veículo ao pé no acelerador (o primeiro atinge os 100 km/h nuns rápidos 5,8 segundos enquanto o último cumpre o mesmo nuns vertiginosos 2,5 segundos). E, claro, o preço: 76.344€ para o primeiro; 155.780€ para o topo de gama.

A chegada do Tesla Model X

Mas, a Tesla não descurou as tendências do mercado. E, assim que as preferências se voltaram para os SUV, surgiu com o Model X, apresentado em 2012, mas apenas produzido a partir de 2015. Assente na mesma base rolante do Model S, surgiu com todos os códigos estéticos do segmento da moda, apoiando-se numa posição de condução mais elevada e num aspeto robusto. Em termos de autonomia, a mesma volta a variar de acordo com as versões, sendo a mais apetrechada capaz de percorrer até 565 quilómetros com uma carga.

Ao mesmo tempo, que a companhia depositava um forte investimento no desenvolvimento de baterias capazes de percorrer cada vez maiores distâncias com um só carregamento, quebrando o mito da "range anxiety" tão falada quando se trata de carros elétricos, outro caminho se começava a desenhar: o da condução sem condutor.

Tesla Model 3

Em outubro de 2016, a Tesla anunciou que todos os seus carros, incluindo o vindouro Model 3, cujas primeiras entregas estão previstas entre o fim deste ano e o início de 2019, passarão a ser equipados com o "hardware" necessário para que o condutor não tenha sequer de pensar em tocar no volante.

Entre esse "hardware", oito câmaras que leem a 360º e a uma distância de até 250 metros, apoiadas por uma dúzia de sensores ultra-sónicos, criando um sistema que permite detetar objetos ao dobro da distância da tecnologia anterior. Além disso, à frente estará montado um radar que fornecerá dados sobre tudo o que se passa em torno do automóvel que serão tratados e processados pelo "software". Essencialmente, a Tesla pretende estar pronta para quando for dada luz verde para os níveis mais exigentes da condução autónoma.

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