Sem mentiras, o que aconteceria com as relações sociais?
27-05-2019 12:13Dizem que mentir é sempre a pior opção, mas isso nem sempre é verdade.
Em que consiste uma mentira? Responder que estamos bem quando realmente não estamos? Elogiar alguém por seu novo corte de cabelo ou peça de roupa quando essa não é nossa mais sincera opinião? Fato é que mentir acabou virando um hábito socialmente aceitável. A mentira permeia todos os aspectos da nossa vida. Ainda assim, apesar de sua onipresença, a maioria de nós não é muito boa em detectá-la. O que aconteceria, no entanto, se pudéssemos de repente saber que estamos sendo enganados? O mecanismo tecnológico ou psicológico que possibilitaria essa nova habilidade talvez não seja tão importante.
Em vez disso, o que realmente importa é o que a mentira revela sobre o papel frequentemente negligenciado e subestimado que desempenha em nossas vidas
Muitos pesquisadores dizem acreditar que começamos a mentir uns para os outros assim que inventamos a linguagem, principalmente como uma forma de evoluir. "Mentir é fácil se comparado a outras formas de ganhar poder", disse Sissela Bok, especialista em ética da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, à revista americana National Geographic. "É muito mais fácil mentir para tirar dinheiro ou riqueza de uma pessoa do que
agredi-la ou até mesmo roubar um banco.
Ao longo da história da humanidade, a mentira também serviu como "uma necessidade evolutiva para nos proteger do mal", diz Michael Lewis, um eminente professor de Pediatria e Psiquiatria da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos. Isso inclui proteção contra perseguição - um propósito ao qual a mentira ainda serve hoje para muitas pessoas ao redor do mundo. Se pudéssemos de repente detectar todas as mentiras, vidas em países onde infidelidade, homossexualidade ou certas crenças religiosas são ilegais poderiam ser colocadas em risco.
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